GALERIA DOS
DESEMBARGADORES
DE ALAGOAS

1930
DOMINGOS PAES BARRETO CARDOSO
Alagoano, natural de São Miguel dos Campos, nascido no dia 08 de setembro de 1888, filho do médico Domingos da Silva Cardoso e Adélia Paes Barreto Cardoso. Fez seus estudos primários em sua terra natal, e curso secundário em Maceió. Bacharelou-se, concluindo curso superior na Faculdade de Direito de Recife, na turma de 1910.
Exerceu atividades na Escola Normal de Maceió, e a função de Diretor da Instrução Pública no Estado de Alagoas, além de ter exercido docência na Faculdade de Direito de Alagoas, quando lecionou Direito Judiciário Penal. Presidiu o Conselho Municipal de Maceió, tendo atuado também como Secretário da Fazenda Estadual, além de Diretor da Academia de Ciências Comerciais de Alagoas, em 1920.
Colaborador e Redator de periódicos locais, a exemplo dos Jornais O Gutemberg, O dia, Gazeta de Alagoas e Jornal de Alagoas. Segundo Reinaldo Amorim, colaborou ainda como Redator para as revistas literárias Exedra, Maceió - 1907, e Renascença, Maceió - 1914. Todavia, não se têm notícias de haver publicado livros, apesar ter sido exímio cronista, poeta e teatrólogo.
E consoante singularidade da época, informa o literato Romeu de Avelar que o mesmo se apresentava na imprensa escrita local sob o pseudônimo de “Falstaff”, quando manteve uma seção no Jornal de Alagoas, bem assim sob o pseudônimo de K.X. Cia, quando manteve, por dois anos uma seção humorística em versos denominada “Bagos e Bagaços”, junto ao periódico Gazeta de Alagoas. Esteve como Juiz Municipal na Comarca de Maceió, e nessa mesma Comarca como Juiz Substituto da 1ª vara, nos idos de 1912 a 1918.
Ocupou o cargo de Procurador Geral do Estado, por ato do Interventor Federal Ten Cel Luís de França Albuquerque.
Na sequência, sua primeira investidura no cargo de Juiz de Direito se deu na Comarca de Murici, para onde foi nomeado em 24.08.1925, por ato do Governador Pedro da Costa Rego, tendo assumido a sua judicatura em ato solene de posse e compromisso ocorrido no dia 01.09.1925, sob o comando do Desembargador Adalberto Elpídio de Albuquerque Figueiredo, Presidente do então Tribunal Superior. Seguiu sua trajetória funcional, ali assumindo sua titularidade de Juiz de Direito, até ser removido para a Comarca de São Luiz de Quitunde, por ato de 24.12.1925; depois, promovido para a 2ª vara da Comarca de Maceió, por ato de 31.12.1928, ali permanecendo até ser promovido ao cargo de Desembargador, por ato de13.03.1930, do então Governador Álvaro Correa Paes, tomando posse em ato solene no dia 14.03.1930, sob presidência do Desembargador Adalberto Elpídio de Albuquerque Figueiredo, então Presidente do Tribunal Superior - denominação esta que perdurou até o advento da Constituição de 1934, que a alterou para Corte de Apelação. Restou eleito Vice-Presidente do Tribunal de Apelação - denominação que recebeu a então Corte de Apelação com o advento da Constituição de 1937 - para o período de 02.03.1943 a 12.01.1951. Presidente do TJAL no período de 18.03.1955 a 19.03.1957.
Na magistratura eleitoral, participou, em 06.06.1945, da sessão para instalação do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas, sendo eleito, na ocasião, Presidente daquela Corte Eleitoral, presidindo-a até 05.10.1946, e também no período de 07.10.1950 a 01.10.1954.
Exerceu o cargo de Juiz Efetivo junto ao TRE-AL, pela classe dos desembargadores, nos períodos de 06.06.1945 a 05.10.1946, de 07.10.1950 a 01.10.1954, e de 06.11.1958 a 08.04.1962. Patrono da Cadeira 10 da Academia Alagoana de Letras e Artes de Magistrados - AALAMAGIS. Membro Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas - IHGAL, onde tomou posse em 16.05.1931. Fundador e Membro efetivo da Academia Alagoana de Letras, titular da Cadeira 13, cujo patrono é o magistrado Olímpio Galvão.
Obras: Discurso do Dr. Barreto Cardoso ao Ser Recebido no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Maceió - 1932. Teve vários poemas publicados na Coletânea de Poetas Alagoanos de Romeu de Avelar, Rio de Janeiro - 1959; e no livro Terra das Alagoas de Abelardo Marroquim, Roma - 1922. Restou homenageado, tendo seu nome num logradouro sito no bairro de Gruta de Lourdes, nesta capital: Avenida Desembargador Barreto Cardoso. Aposentou-se em 01.03.1957, depois de 45 anos de atividade jurídica, dos quais 27 anos como Desembargador. Patrono da Comenda Medalha do Mérito Eleitoral, DES. Barreto Cardoso do TRE-AL.
Faleceu em Maceió, no dia 23 de fevereiro de 1960, no dealbar dos seus 72 anos de idade.